segunda-feira, 10 de outubro de 2011

21 anos sem democracia






















237 mortos,159 desaparecidos...

Livros,filmes e documentários





Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964-1985
   Autor: Imprensa Oficial
   Editora: Imprensa Oficial SP



 1968 : O Diálogo É a Violência - Movimento Estudantil e Ditadura Militar no Brasil
   Autor: Vale, Maria Ribeiro do
   Editora: Unicamp




 Brasil - 1964 / 1968 - A Ditadura Já Era Ditadura
   Autor: Silva, Marcos
   Editora: LCTE



 Memória Política , Repressão e Ditadura no Brasil
   Autor: Ansara, Soraia
   Editora: Jurua


 A Resistência da Mulher À Ditadura Militar no Brasil
   Autor: Colling, Ana Maria
   Editora: Rosa dos Tempos



 História Indiscreta da Ditadura e da Abertura - Brasil: 1964 - 1985
   Autor: Couto, Ronaldo Costa
   Editora: Record



 OAB X Ditadura Militar - A História de um Período Difícil para as Instituições Democráticas no Brasil
   Autor: Souza Filho, Cid Vieira de
   Editora: Quartier Latin



Ditadura militar, esquerdas e sociedade
   Autor: Reis Filho, Daniel Aarão
   Editora: J. Zahar




 O fim da Ditadura Militar
   Autor: Kucinski, Bernardo
   Editora: Contexto








 Carlos Marighella: o inimigo número um da ditadura militar
   Autor: José, Emiliano
   Editora: Sol & Chuva


Filmes





1.  Pra Frente Brasil (em 1970, enquanto o povo vibra com a seleção de futebol, a repressão corria solta. um homem pacato de classe média - Reginaldo Farias - é confundido com um ativista político, preso e torturado. enquanto isso, sua família procura por notícias. o filme foi lançado em 1983, ainda com Figueiredo na presidência)


2.  O Que é Isso Companheiro? (em 1969, o grupo terrorista MR-8 elabora um plano para sequestrar o embaixador americano - Alan Arkin -, para trocá-lo por presos políticos, que eram torturados nos porões da ditadura. filme bem acabado de Bruno Barreto, que concorreu ao Oscar de filme estrangeiro)

3.  Cabra Cega (um jovem militante da luta armada - Leonardo Medeiros - é ferido numa emboscada da polícia e precisa se esconder na casa de um arquiteto, simpatizante da causa. bom filme)


4.  O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (casal de militantes deixa o filho com o avô, para esconder-se da repressão, prometendo voltar até o fim da Copa do Mundo de 1970. mas o avô morre e o garoto terá de se integrar à comunidade judaica do Bom Retiro, além de ter contato com alguns militantes)



5.  Ação Entre Amigos (em 1971, quatro amigos foram presos ao tentar assaltar um banco e foram violentamente torturados. anos mais tarde, descobrem que seu torturador ainda está vivo e vão numa pescaria encontrá-lo na intenção de matá-lo. é quando descobrem que só foram pegos porque um deles traiu o grupo. ótimo thriller de Beto Brant)




6.  Batismo de Sangue (no final dos anos 1960, um convento de frades torna-se um local de resistência à ditadura. cinco freis passam apoiar um grupo guerrilheiro e ficam na mira das autoridades policiais)


7.  Zuzu Angel (a história real de uma estilista - Patrícia Pillar -, que ganhou projeção internacional e travou uma batalha contra as autoridades militares em busca de seu filho - Daniel de Oliveira -, que participava de movimentos estudantis e foi torturado e morto. bom registro de época)



8.  Hércules 56 (um documentário contando, através de entrevistas, a história dos 15 presos políticos que foram trocados pelo embaixador americano em 1969. banidos do território nacional, são levados ao México num avião da FAB, o Hércules 56)


9.  Dois Córregos (na época da ditadura, duas adolescentes burguesas passam uma temporada numa fazenda e acabam convivendo com o tio de uma delas - Carlos Alberto Riccelli -, um homem misterioso, que está clandestino no país, escondido. um filme amargo de Carlos Reichenbach, que fez vários filmes sobre o tema)


10.  Nunca Fomos Tão Felizes (rodado no último ano do regime militar. um rapaz é retirado de um colégio interno por seu pai, de quem pouco sabe e está afastado há 8 anos. é acomodado num grande apartamento temporariamente, quando começa a investigar o mistério que o cerca, em busca de sua identidade e descobre que o pai é um perseguido político)




                                                                 Documentários












Zuzu Angel

Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, foi uma estilista brasileira, mãe do militante político Stuart Angel Jones e da jornalista Hildegard Angel.Zuzu teve seu filho torturado e assassinado pela ditadura militar.
Na virada dos anos 60 para os anos 70, Stuart Jones, filho de Zuzu e então estudante de economia, passou a integrar as organizações clandestinas que combatiam a ditadura militar.
A partir daí, a apolítica Zuzu entraria em uma guerra contra o regime pela recuperação do corpo de seu filho, envolvendo até os Estados Unidos, país de seu ex-marido e pai de Stuart. A busca de Zuzu pelas explicações, pelos culpados e pelo corpo do filho só terminou com sua morte, ocorrida na madrugada de 14 de abril de 1976, num acidente de carro na Estrada da Gávea.
Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque de Hollanda um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse, em que escreveu:. "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho".
Depois de sua morte, Zuzu foi homenageada em livros, música e filme. O mesmo Chico Buarque compôs, sobre melodia de Miltinho, a música Angélica, em 1977, em homenagem à estilista.


As Censuras

Durante o regime militar iniciado em 1964, todas as formas de perseguição são intensificadas, além de outras serem elaboradas.
Após a promulgação do AI-5, todo e qualquer veículo de comunicação deveria ter a sua pauta previamente aprovada e sujeita a inspeção local por agentes autorizados. [2] Obviamente, muitos materiais foram censurados. As equipes envolvidas, impossibilitadas de publicar maiores esclarecimentos, tomavam medidas diversas. Algumas publicações impressas simplesmente deixavam trechos inteiros em branco. Outros, publicavam receitas culinárias estranhas, que nunca resultavam no alimento proposto por elas. Além de protestar contra a falta de liberdade de imprensa, tentava-se fazer com que a população brasileira passasse a desconfiar das torturas e mortes por motivos políticos, desconhecidas pela maioria. A violência do Estado era notada nos confrontos policiais e em conhecidos que desapareciam, mas, não era possível a muitos imaginar as proporções reais de tudo isso. Aparentemente, o silêncio imposto em relação às torturas era para que menos pessoas se revoltassem e a situação se tornasse, então, incontrolável.
Além de censurar as torturas, muitas outras coisas também não poderiam ser veiculadas. Em 15 de setembro de 1972, o seguinte telegrama exemplificador foi recebido pelo diretor da surcusal de Brasília do jornal O Estado de São Paulo
De ordem do senhor ministro da Justiça fica expressamente proibida a publicação de: notícias, comentários, entrevistas ou critérios de qualquer natureza, abertura política ou democratização ou assuntos correlatos, anistia a cassados ou revisão parcial de seus processos, críticas ou comentários ou editoriais desfavoráveis sobre a situação econômico-financeira, ou problema sucessório e suas implicações. As ordens acima transmitidas atingem quaisquer pessoas, inclusive as que já foram ministros de Estado ou ocuparam altas posições ou funções em quaisquer atividades públicas. Fica igualmente proibida pelo senhor ministro da Justiça a entrevista de Roberto Campos.
Dessa forma, a imagem de uma estabilidade política e de uma nação que prosperava era mantida.
Além da resistência ora camuflada, ora explícita da imprensa, artistas vinculados à produção musical encontraram como forma de protesto e denúncia compor obras que possuíssem duplo sentido, tentando alertar aos mais atentos, e tentando despistar a atenção dos militares, que geralmente descobriam que a música se tratava de uma crítica a eles apenas após a aprovação e sucesso entre o público das mesmas. Um dos exemplos mais marcantes do jogo lingüístico e musical presentes do período é a música Cálice, composta por Chico Buarque e Gilberto Gil. Além do título da composição ter som idêntico à expressão Cale-se, seus versos poderiam ser confundidos com uma divagação religiosa, tal como no trecho transcrito a seguir:
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto e de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta


Artistas censurados durante a ditadura militar

Caetano Veloso
Chico Buarque

Elis Regina


Geraldo Vandré


Kid Abelha
Gilberto Gil



Milton Nascimento


Plínio Marcos


Raul Seixas




Taiguara

Toquinho

Odair José



Torquato Neto



Zé Keti

Canções-protesto

Alguns artistas usavam a própria música para protestar contra a censura. Algumas destas músicas ganharam um caráter histórico dentro do movimento da MPB. Por outro lado, algumas canções eram censuradas apenas por não condizer com os valores morais da época, como é o caso de "Como Eu Quero" de Paula Toller e Leoni, cuja personagem principal exige de seu namorado que "tire essa bermuda". Também é famoso o caso de censura à canção "Tortura de Amor" de Waldick Soriano, lançada no auge da repressão. Outro caso conhecido de censura por razões não políticas foi a imposta a Adoniran Barbosa, que compunha de acordo com o dialeto caipira, obrigado a corrigir as letras de suas canções de acordo com a Gramática, caso quisesse gravá-las. Adoniran preferiu esperar pelo fim da censura prévia para voltar a gravar.






Depoimentos